O ato de perdoar é o sentimento mais libertador.
O perdão com a verdadeira compreensão da situação que nos magoou, consegue nos encaminhar para a alforria de qualquer dor, cisão e nos abre o caminho para prosseguir em paz.
Não me refiro ao perdão por medo de arder no fogo do inferno.
Muito menos referente à submissão de outrem à nossa própria altivez, como se tivéssemos o poder divino de decisão.
Não estou falando de empurrar as emoções para debaixo do tapete, motivado pela ilusão de que sentimentos reprimidos não apresentam ameaças.
Falo sobre a compreensão genuína das nossas mágoas, ressentimentos, medos e melindres, para que possamos acolhê-los, compreendê-los e perdoar a nós mesmos e aos outros.
Viver, conviver, compartilhar significam ganhos e perdas nas relações.
As pessoas são diferentes, têm suas dificuldades, suas inseguranças, sua carências e quando isso é colocado em xeque ou em confronto com o outro...Transborda!
Na maioria das vezes sobram ressentimentos, amarguras e uma terrível sensação de decepção e desamparo.
Quem nunca se sentiu assim???
Pois é, mas a vida continua e precisamos estar inteiros e disponíveis para sermos quem em verdade somos. Não podemos carregar uma bagagem pesada e estarmos ao mesmo tempo livres e íntegros.
As pessoas são humanas, erram, acertam, não se pode esquecer que ninguém é igual sempre.
O que eu fui ontem, certamente não é mais o que sou hoje.
Os sentimentos mudam, os valores também.
Ficarmos atrelados ao passado, seja nosso ou do outro, é estúpido, improdutivo e, o pior, involutivo.
Perdemos muito, em todos os sentidos com essas emoções.
Precisamos aniquilar pensamentos obsessivos que insistem em nos perseguir e se instalar em nosso emocional.
Se estamos lotados de raiva, rancor e anseios de retaliação, contaminamos nosso ambiente, as pessoas, nossos projetos, nossos desejos, e perdemos essa energia fecunda que nos faz prósperos, bem sucedidos, amados, criativos, generosos e consequentemente inteiros e mais felizes.
"Uma certa vez um velho índio disse: dentro de mim, existem dois cães. Um deles é cruel e perverso, o outro, generoso e magnânimo. Os dois estão sempre brigando! Quando perguntaram qual dois dois cães ganharia a briga, o sábio índio parou, refletiu e respondeu:
AQUELE QUE EU ALIMENTO! "